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Cadelas passam a morar em cemitério após morte de tutores


Duas cadelas, apelidadas de Poderosa e Safada, estão morando no cemitério Jardim da Paz, em Palmas. Segundo o gerente do local, Ronildo Lima, elas chegaram acompanhando o cortejo dos donos. Ficaram lá e passaram a ser cuidadas pelos funcionários. A Poderosa está prenha e passa a maior parte do tempo deitada perto dos túmulos. Já a Safada acompanha os sepultamentos: “Até debaixo do caixão ela fica”, disse o gerente.

“A Poderosa chegou junto com o cortejo quatro meses atrás. Ela ficou aqui. A gente dá comida, cuida dela. Ela está quase no dia de parir”, conta ele.

Lima diz que não gostaria que ela tivesse os filhotes no cemitério e faz um apelo para que ela seja adotada. “Se alguém adotasse seria bom porque o local não é adequado para ela ter essa cria. A gente tem a maior paixão por ela. Não gostaria que ela saísse daqui, mas infelizmente o local não é adequado”.


Para tentar achar um lar para a Poderosa, a ONG Adota Palmas publicou a história nas redes sociais. O objetivo é encontrar alguém que cuide dela e que a acompanhe no momento em que ela for parir.

A cadela apelidada de Safada chegou dias depois e gosta de acompanhar os enterros. “Ela acompanha o cortejo e gosta de estar junto. Quando vai sentar alguém, ela fica do lado, até debaixo do caixão ela fica. Na hora que ela vê um enterro, ela não perde um. Ela vai em todos e acompanha”, relata Lima.

No local, os funcionários cuidam dos animais e dão comida. Eles gostam tanto das cadelas que não querem abrir mão. Se depender deles, a Safada continuará morando no cemitério. “Onde a gente está, a Safada está junto. Ela não larga a gente por nada. A outra fica mais quietinha, é mais calma. A Safada a gente não quer doar. Nós queremos castrar ela. Se achasse alguém que pudesse ajudar para a gente castrar, ela ia ficar aqui para sempre”.

A médica veterinária Manuela Vieira disse que o animal, assim como o ser humano, tem dificuldades em lidar com a perda do tutor. “O animal apresenta um amor incondicional, então eu me apego no sentimento do animal, que realmente vai ter uma porcentagem que não vai aceitar essa perda”.

Em alguns casos, segundo a veterinária, o animal sente tristeza e falta de apetite. Por isso, ela recomenda que se ele for adotado, o novo tutor tenha estratégias. “Mudar a ração ou oferecer alguma coisa mais interessante para o animal não ficar sem comer. O médico veterinário poderia intervir dando orientações para outras pessoas da família, tentando melhorar a rotina, com mais passeios e talvez a introdução de um novo filhote no ambiente”.

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