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Cães viram parceiros de luta contra o câncer

O melhor amigo do homem também se tornou um ícone na batalha pela vida. Em Teresina, a cor rosa, símbolo da luta contra o câncer de mama, coloriu dezenas de pets que participaram pela primeira vez da Cãosseata, uma das ações que integraram o Outubro Rosa no Piauí, campanha desenvolvida pela Fundação Maria Carvalho Santos, organização sem fins lucrativos dedicada a prevenção do câncer e  cuidados de pacientes com a doença.



Na capital, o movimento Outubro Rosa teve início em 2006 e com apenas 40 pessoas. De lá para cá, o alcance subiu até chegar em média a 10 mil por cada edição. Segundo o mastologista Luiz Ayrton, um dos grandes idealizadores do movimento e presidente da Fundação Maria Carvalho Santos, a campanha em Teresina está entre as duas maiores do país ao lado da que acontece em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 

Sobre a Cãosseata, ele explica que a ideia foi sensibilizar a sociedade sobre o câncer de mama em animais e ao mesmo tempo mobilizar as tutoras de pets sobre a importância da prevenção da doença.


“Todo ano, antes da caminhada, a gente faz algumas ações sobre o tema. Já teve desfile de homens com sutiãs, desfile de mulheres com câncer de mama, exposição de peças de artes e fotografias. Este ano, resolvemos fazer a Cãosseata, uma passeata com cães, que era um sonho antigo. Foi a primeira e acho que com isso podemos avançar para que as tutoras também se preocupem com sua saúde”, explica o mastologista.

No Hospital Veterinário Universitário (HVU) são realizadas 30 cirurgias por mês para a retirada de tumores de mama, ou seja, em média uma por dia.  No estado ainda não é possível a realização de quimioterapia ou radioterapia em animais, apenas a retirada dos tumores que, assim como nos humanos, se forem descobertos precocemente, dão nova chance de vida aos pacientes.


“O câncer de mama em pequenos animais é um dos que tem maior ocorrência nas espécies canina e felina e é muito agressivo. A maioria tem caráter de malignidade. Por isso é importante que os tutores levem ao veterinário periodicamente. A castração antes do primeiro cio diminui em 90% as chances das fêmeas terem um câncer. Quanto mais recente forem diagnosticadas, maiores são as chances de cura, assim como acontece com os humanos”, alerta Marcelo Campos Rodrigues, professor da Ufpi. 

A prova viva disso é a Florzinha, uma cadela Chihuahua de 12 anos que teve as cadeias mamárias retiradas há um ano após um câncer.


“Percebi que uma das mamas dela estava rosada e inchada e isso foi um alerta. Logo depois, a Florzinha apresentou também uma inflamação no útero. Então, foi internada, tirou o útero e fizeram uma biópsia da mama. Deu que era um tumor maligno e quando ela se recuperou da primeira cirurgia, retirou as cadeias mamárias”, conta a tutora Juliana Paz, coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB-PI. 

A advogada relembra que ficou em pânico com o diagnóstico e diz que Florzinha renasceu após a retirada do tumor maligno.

“Fiquei em pânico pois pensei que ela fosse morrer. Imaginava que câncer automaticamente era sinal de morte. Mas no dia que ela operou, ganhou nova vida, era uma nova cadela. Agora, ela leva uma vida normal com ckeck ups regulares”, disse Juliana Paz, que também coordenou a Cãosseata.

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